segunda-feira, 22 de junho de 2009

CHEGOU O VERÃO E OS PASSEIOS EM PROCISSÃO

Com a chegada do Verão são muitas as actividades que se realizam por esta Região inteira. Praia, Piscina, Jardins, Churrascos, passeios a pé, de cavalo e de bicicleta e ainda os Passeios em Procissão!
Se as outras actividades decorrem livremente, não sendo ninguém obrigado a participar nelas, os Passeios em Procissão teem a particularidade de obrigarem nos a assistir. Ontem (domingo) ao circular em direcção aos Mosteiros vindo de Ponta Delgada fui parado por um agente policial que me aconselhou a voltar para tràs por forma a ir por uma estrada secundária alternativa ou então a esperar que passasse a Procissão! Fiquei satisfeito. Consegui ali naquele preciso momento descobrir a vocação daquele agente. Se não fosse ele eu não teria a oportunidade de ver passar a Procissão. Devo agradecer-lhe pela informação que me deu. E da mesma forma que eu, muitos outros estão hoje imensamente gratos àquele agente policial pela magnifica tarde que lhes proporcionou. Os que viram a Procissão por verem a Procissão. Os que não quiseram ver a procissão por terem tido a oportunidade de testarem a suspensão das suas viaturas e a pericia de condução num caminho secundário com muitas pedras e regatos no caminho. É caso para dizer: ainda bem que passei por ali naquela hora. A partir de hoje e todos os domingos vou circular por ai e certamente que serei obrigado a ver centenas de procissões dos mais diversos santos e santas, porque nada poderá impedir que uma procissão se imponha estrada fora utilizando toda a sua largura. Nada. Qualquer um de nós poderá perder um avião porque a seguir, no mesmo dia ou no dia seguinte há outro avião para o mesmo destino. Qualquer um de nós poderá chegar duas ou três horas mais tarde ao funeral de um familiar, porque mais dia menos dia outro familiar há de falecer e se não coincidir com dia de Procissão, estará presente no santo enterro. Qualquer um de nós poderá chegará atrasado ao apagar da vela do bolo de aniverário do filho, porque apesar de ele chorar por o pai não ter chegado e a mãe poder ralhar com o pai por ser sempre a mesma história e a mesma desculpa, no ano seguinte e se não calhar em dia de procissão, lá estará o pobre pai a cantar os parabéns do filho. Qualquer um de nós poderá chegar atrasado ao trabalho, uma ou duas horas depois, porque se perder o emprego por isso, rogará ao Santo causador do atraso e com um pouco de sorte receberá subsidio de desemprego. Enfim, perante um eventual conjunto de coisas, nada mas mesmo nada é mais importante que uma procissão nesta terra de Nosso Senhor!

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